Alguns mangás
são leituras essenciais para qualquer otaku ou apreciador de histórias de
qualidade. Um grande exemplo são as obras da dupla Tsugumi Ohba e Takeshi
Obata, que sempre trazem um excelente conteúdo em verdadeiras obras primas que
arrebatam o leitor de forma impressionante. O primeiro mangá feito em parceria
pela dupla é o Death Note, um grande sucesso publicado na revista semanal
Shonen Jump (a mesma revista que publica ou publicou outras séries bem conhecidas
como Naruto, Dragon Ball e One Piece).
Death Note é
bem diferente da maioria das obras que são publicadas na principal revista da
editora Shueisha, pois conta com uma história bem alternativa e sombria que não
se parece em nada com os típicos shonens de luta que aparecem na revista. A
série foi finalizada com doze volumes e já havia sido publicado no Brasil em
2007. Devido ao grande sucesso nas vendas e após inúmeros pedidos do público
para uma nova tiragem, a editora JBC decidiu trazer a versão especial Black
Edition, que compila em um volume, o conteúdo de dois originais, fazendo com que
essa série tenha apenas seis edições com um acabamento de luxo.
A história
mostra o jovem chamado Light Yagami que encontra
um caderno preto intitulado Death Note no pátio da escola. Esse objeto pertence
ao Shinigami (Deus da Morte) conhecido como Ryuk, que deixou seu caderno cair
na Terra de propósito, pois estava entediado. Ao abrir o caderno, Light
encontra instruções em inglês de como utilizar o Death Note e descobre que basta
escrever o nome completo e pensar na imagem de uma pessoa para que ela morra em
40 segundos de um ataque cardíaco. Também é possível definir o momento e a
forma em o indivíduo irá morrer, para isso basta que o portador do caderno
escreva com detalhes o que deseja. Após
testar o objeto em alguns criminosos, o Ryuk aparece na casa de Yagami para
avisar sobre as conseqüências do Death Note e para acompanhar cada ação do
jovem enquanto ele estiver com o caderno.
Então, Light
decide eliminar todos os criminosos da face da Terra e por isso começa a matar
vários bandidos da mesma forma, para que a sociedade descubra que existe alguém
fazendo isso e tenha medo de agir de forma errada. Só que as autoridades de
vários países percebem os assassinatos e decidem investigar com a ajuda do
detetive L, um sujeito que nunca foi visto por ninguém e que já decifrou
diversos crimes.
O roteiro de
Tsugumi Ohba é repleto de tensão e muito suspense, o que acaba despertando o
interesse e atenção do leitor para descobrir o que vai acontecer. Ohba utiliza muito
a ideia da rivalidade entre o protagonista e um antagonista em suas obras. Em
Death Note, o autor explora esse confronto psicológico ao máximo fazendo com
que Light e L se confrontem não fisicamente, mas no plano das ideias, com estratégias
e planos para agir baseados no raciocínio lógico e na dedução, sempre buscando
superar o adversário na inteligência. Isso tudo é acompanhado pela narrativa
intensa e brilhante de Ohba que conduz a história de uma maneira genial criando
expectativas no leitor e surpreendendo em muitas ocasiões.
Apesar de a
trama contar com um clima sombrio e sério, o autor consegue inserir em alguns
momentos diálogos um pouco mais descontraídos e mais leves entre Light e Ryuk pra
aliviar um pouco a tensão e descontrair o leitor.
As
ilustrações de Takeshi Obata são muito bonitas e dá um ritmo muito bom para a
história. O visual dos personagens ficou ótimo, principalmente o design do shinigami
Ryuk que possui asas e uma caracterização inspirada na figura mitológica japonesa,
mas várias alterações foram feitas pelo artista para se adequar a visão dele e
se encaixar dentro do roteiro. O desenhista soube criar e aproveitar muito bem
os quadros, alternando os personagens, objetos e cenários, e dando ênfase em
detalhes de certa importância na trama. Tudo isso é utilizado de forma de
simples, mas com certa variedade nas cenas para não cansar o leitor e ao mesmo
tempo agradar visualmente. A diagramação é clássica, mas o artista consegue
quebrar a monotonia com a inserção em alguns momentos de quadros maiores e
páginas duplas.
O acabamento
da edição está excelente, pois traz um papel especial chamado Lux Cream e páginas
coloridas. A editora acertou ao utilizar esse tipo de folha, pois além de ser
agradável para ler, ele realça as ilustrações e é um pouco mais fino que o off-set
tornando mais fácil a abertura do mangá que conta com quase 400 páginas. Quem
já leu outros mangás da JBC vai notar que a empresa optou por usar o papel Lux
Cream também nas páginas coloridas, ao invés de usar o couché, como acontece em
outras séries publicadas pela editora. O
ponto negativo é que a versão nacional não possui as bordas pintadas a mão na
cor preta como acontece com a edição americana, pois segundo a JBC isso
encareceria ainda mais o produto. Apesar dessa ausência, a Black Edition
nacional traz algumas exclusividades com uma ilustração exclusiva no índice e
capas internas totalmente pretas, que deram um visual muito bonito para a
publicação. A tradução também está muito bem feita e não altera e nem afeta a qualidade
da obra.
No geral, o
preço de R$ 39 é justo pela qualidade do acabamento e pelo conteúdo da obra. A iniciativa
da JBC de trazer um mangá de sucesso em uma versão de luxo, ideal para os colecionadores,
foi ótima. Espero que a empresa publique mais séries em versões caprichadas
como essa ou então traga os kanzenbans (versões ainda mais luxuosas vendidas no
Japão) de algumas séries. Exclusivo para livrarias e comic-shops, Death Note - Black
Edition é um dos melhores mangás sendo publicado atualmente no Brasil e se você
nunca leu a série não perca essa oportunidade.
Death Note é muito bom!!! Adoro a inteligencia do Light e a disputa dele contra o L. Com certeza é o melhor mangá de todos os tempos.
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