domingo, 14 de julho de 2013

Crítica – Death Note - Black Edition – Volume 1


Henrique Jacob
Alguns mangás são leituras essenciais para qualquer otaku ou apreciador de histórias de qualidade. Um grande exemplo são as obras da dupla Tsugumi Ohba e Takeshi Obata, que sempre trazem um excelente conteúdo em verdadeiras obras primas que arrebatam o leitor de forma impressionante. O primeiro mangá feito em parceria pela dupla é o Death Note, um grande sucesso publicado na revista semanal Shonen Jump (a mesma revista que publica ou publicou outras séries bem conhecidas como Naruto, Dragon Ball e One Piece).
Death Note é bem diferente da maioria das obras que são publicadas na principal revista da editora Shueisha, pois conta com uma história bem alternativa e sombria que não se parece em nada com os típicos shonens de luta que aparecem na revista. A série foi finalizada com doze volumes e já havia sido publicado no Brasil em 2007. Devido ao grande sucesso nas vendas e após inúmeros pedidos do público para uma nova tiragem, a editora JBC decidiu trazer a versão especial Black Edition, que compila em um volume, o conteúdo de dois originais, fazendo com que essa série tenha apenas seis edições com um acabamento de luxo.
A história mostra o jovem chamado Light Yagami que encontra um caderno preto intitulado Death Note no pátio da escola. Esse objeto pertence ao Shinigami (Deus da Morte) conhecido como Ryuk, que deixou seu caderno cair na Terra de propósito, pois estava entediado. Ao abrir o caderno, Light encontra instruções em inglês de como utilizar o Death Note e descobre que basta escrever o nome completo e pensar na imagem de uma pessoa para que ela morra em 40 segundos de um ataque cardíaco. Também é possível definir o momento e a forma em o indivíduo irá morrer, para isso basta que o portador do caderno escreva com detalhes o que deseja.  Após testar o objeto em alguns criminosos, o Ryuk aparece na casa de Yagami para avisar sobre as conseqüências do Death Note e para acompanhar cada ação do jovem enquanto ele estiver com o caderno.
Então, Light decide eliminar todos os criminosos da face da Terra e por isso começa a matar vários bandidos da mesma forma, para que a sociedade descubra que existe alguém fazendo isso e tenha medo de agir de forma errada. Só que as autoridades de vários países percebem os assassinatos e decidem investigar com a ajuda do detetive L, um sujeito que nunca foi visto por ninguém e que já decifrou diversos crimes.  
O roteiro de Tsugumi Ohba é repleto de tensão e muito suspense, o que acaba despertando o interesse e atenção do leitor para descobrir o que vai acontecer. Ohba utiliza muito a ideia da rivalidade entre o protagonista e um antagonista em suas obras. Em Death Note, o autor explora esse confronto psicológico ao máximo fazendo com que Light e L se confrontem não fisicamente, mas no plano das ideias, com estratégias e planos para agir baseados no raciocínio lógico e na dedução, sempre buscando superar o adversário na inteligência. Isso tudo é acompanhado pela narrativa intensa e brilhante de Ohba que conduz a história de uma maneira genial criando expectativas no leitor e surpreendendo em muitas ocasiões.
Apesar de a trama contar com um clima sombrio e sério, o autor consegue inserir em alguns momentos diálogos um pouco mais descontraídos e mais leves entre Light e Ryuk pra aliviar um pouco a tensão e descontrair o leitor.
As ilustrações de Takeshi Obata são muito bonitas e dá um ritmo muito bom para a história. O visual dos personagens ficou ótimo, principalmente o design do shinigami Ryuk que possui asas e uma caracterização inspirada na figura mitológica japonesa, mas várias alterações foram feitas pelo artista para se adequar a visão dele e se encaixar dentro do roteiro. O desenhista soube criar e aproveitar muito bem os quadros, alternando os personagens, objetos e cenários, e dando ênfase em detalhes de certa importância na trama. Tudo isso é utilizado de forma de simples, mas com certa variedade nas cenas para não cansar o leitor e ao mesmo tempo agradar visualmente. A diagramação é clássica, mas o artista consegue quebrar a monotonia com a inserção em alguns momentos de quadros maiores e páginas duplas.
O acabamento da edição está excelente, pois traz um papel especial chamado Lux Cream e páginas coloridas. A editora acertou ao utilizar esse tipo de folha, pois além de ser agradável para ler, ele realça as ilustrações e é um pouco mais fino que o off-set tornando mais fácil a abertura do mangá que conta com quase 400 páginas. Quem já leu outros mangás da JBC vai notar que a empresa optou por usar o papel Lux Cream também nas páginas coloridas, ao invés de usar o couché, como acontece em outras séries publicadas pela editora.  O ponto negativo é que a versão nacional não possui as bordas pintadas a mão na cor preta como acontece com a edição americana, pois segundo a JBC isso encareceria ainda mais o produto. Apesar dessa ausência, a Black Edition nacional traz algumas exclusividades com uma ilustração exclusiva no índice e capas internas totalmente pretas, que deram um visual muito bonito para a publicação. A tradução também está muito bem feita e não altera e nem afeta a qualidade da obra.
No geral, o preço de R$ 39 é justo pela qualidade do acabamento e pelo conteúdo da obra. A iniciativa da JBC de trazer um mangá de sucesso em uma versão de luxo, ideal para os colecionadores, foi ótima. Espero que a empresa publique mais séries em versões caprichadas como essa ou então traga os kanzenbans (versões ainda mais luxuosas vendidas no Japão) de algumas séries. Exclusivo para livrarias e comic-shops, Death Note - Black Edition é um dos melhores mangás sendo publicado atualmente no Brasil e se você nunca leu a série não perca essa oportunidade.

Um comentário:

  1. Death Note é muito bom!!! Adoro a inteligencia do Light e a disputa dele contra o L. Com certeza é o melhor mangá de todos os tempos.

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