domingo, 1 de setembro de 2013

Crítica - Percy Jackson e o Mar de Monstros

Cristiano Almeida

Muitas produções não conseguem agradar integralmente crítica e público, mas acabam ganhando uma continuação devido ao mediano sucesso nas bilheterias. Esse é o caso da franquia Percy Jackson, que adapta a série literária de Rick Riordan, e tem mais uma chance de se firmar nas telonas com Percy Jackson e o Mar de Monstros (Percy Jackson and the Olympians: The Sea of Monsters).

O filme tem um início interessante, pois demonstra o passado de alguns personagens, a origem da barreira protetora do acampamento Meio-Sangue e apresenta um Percy (Logan Lerman) mais questionador sobre seu lugar no mundo. A inclusão do meio-irmão do herói, o ciclope Tyson (Douglas Smith), e da filha de Ares, Clarisse (Leven Rambin), tornam o longa promissor em estabelecer as relações dos personagens.

O enredo até chega a apresentar alguns conflitos mais bem elaborados que a produção anterior, como a aceitação do ciclope no grupo e a competição imposta por Clarisse em relação ao protagonista. Contudo, acaba seguindo basicamente a premissa de O Ladrão de Raios, já que coloca os amigos em busca de mais um artefato mitológico, o Velocino de Ouro.

A inclusão do artefato funciona também como motivo para a participação de um vilão que, quando comparado a presença do poderoso Titã Cronos, acaba reforçando a repetição de elementos de roteiro. Com exceção desses aspectos, o filme agrada nos efeitos visuais, pois traz boas cenas com o Touro de Colchis, o ciclope Polifemo e o próprio Cronos. Apesar de breve, a sequência do Mar de Monstros do título também é bem bacana.

O substituto de Chris Columbus na direção é Thor Freudenthal (Diário de Um Banana), cineasta que, embora não consiga eliminar os furos de roteiro que seguem a franquia e a criticada falta de fidelidade em relação aos livros, mantém um ritmo mais agradável e balanceado entre ação, humor e drama.

Com um final que deixa um importante gancho para continuações, o novo Percy Jackson é melhor que a primeira investida no cinema, mas ainda fica aquém de se estabelecer como parte de uma grande franquia infanto-juvenil. Mesmo assim é uma produção que diverte se não for vista com um olhar tão crítico em termos de fidelidade. Quem sabe num provável terceiro longa, o relacionamento entre os personagens seja ainda mais explorado, e a base do roteiro não fique apenas na procura de um antigo artefato grego nos Estados Unidos atual.

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