Cristiano Almeida
Muitas produções não conseguem
agradar integralmente crítica e público, mas acabam ganhando uma continuação
devido ao mediano sucesso nas bilheterias. Esse é o caso da franquia Percy
Jackson, que adapta a série literária de Rick Riordan, e tem mais uma chance de
se firmar nas telonas com Percy Jackson e o Mar de Monstros (Percy
Jackson and the Olympians: The Sea of Monsters).
O filme tem um início interessante,
pois demonstra o passado de alguns personagens, a origem da barreira protetora
do acampamento Meio-Sangue e apresenta um Percy (Logan Lerman) mais
questionador sobre seu lugar no mundo. A
inclusão do meio-irmão do herói, o ciclope Tyson (Douglas Smith), e da filha de Ares, Clarisse (Leven Rambin), tornam
o longa promissor em estabelecer as relações dos personagens.
O enredo até chega a apresentar alguns conflitos mais bem
elaborados que a produção anterior, como a aceitação do ciclope no grupo e a
competição imposta por Clarisse em relação ao protagonista. Contudo, acaba
seguindo basicamente a premissa de O Ladrão de Raios, já que coloca os amigos
em busca de mais um artefato mitológico, o Velocino de Ouro.
A inclusão do artefato funciona também como motivo para a
participação de um vilão que, quando comparado a presença do poderoso Titã Cronos,
acaba reforçando a repetição de elementos de roteiro. Com exceção desses aspectos, o filme agrada
nos efeitos visuais, pois traz boas cenas com o Touro de
Colchis, o ciclope Polifemo e o próprio Cronos. Apesar de breve, a sequência do
Mar de Monstros do título também é bem bacana.
O substituto de Chris Columbus na direção é Thor Freudenthal
(Diário de Um Banana), cineasta que, embora não consiga eliminar os furos de
roteiro que seguem a franquia e a criticada falta de fidelidade em relação aos
livros, mantém um ritmo mais agradável e balanceado entre ação, humor e drama.
Com um final que deixa um importante gancho para
continuações, o novo Percy Jackson é melhor que a primeira investida no cinema,
mas ainda fica aquém de se estabelecer como parte de uma grande franquia
infanto-juvenil. Mesmo assim é uma produção que diverte se não for vista com um
olhar tão crítico em termos de fidelidade. Quem sabe num provável terceiro
longa, o relacionamento entre os personagens seja ainda mais explorado, e a
base do roteiro não fique apenas na procura de um antigo artefato grego nos
Estados Unidos atual.
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