terça-feira, 20 de agosto de 2013

Crítica – Os Smurfs 2

Henrique Jacob

Apesar das críticas, o primeiro filme foi um sucesso comercial que possibilitou a Sony Pictures Animation a dar uma continuidade no projeto. Os Smurfs 2 mantém alguns elementos da fórmula utilizada na animação anterior, mas fracassa em muitos pontos se comparada com ela. Algumas incoerências no roteiro e a falta de humor deixaram o filme muito abaixo do esperado para quem já tinha visto o anterior.
O roteiro é simples e mostra o vilão Gargamel (Hank Azaria) vivendo em Paris e realizando shows de mágica. Enquanto isso, o feiticeiro cria os danadinhos Vexy e Hackus (eles são pequenas criaturas que gostam de aprontar) e abre um portal para invadir a vila dos Smurfs. O plano não sai como o planejado e o feiticeiro opta por mandar a Vexy em seu lugar para que ela sequestre a Smurfette. Após o rapto, o Papai Smurf decide vir para o nosso mundo para resgatar sua filha.
A principal diferença nessa sequência é que o grupo de criaturas azuis vem em menor número ao nosso mundo e eles tem pouco destaque dentro da história. A equipe de resgate é composta pelo Desastrado, Ranzinza, Arrojado e o Papai Smurf.  O interessante é que os produtores optaram por colocar outros Smurfs que não tiveram destaque no primeiro filme, como é o caso do Arrojado. Isso foi uma ótima iniciativa, porque permite variar as situações e explora as habilidades e características de cada um.
O maior problema é que o roteiro deixa de lado em muitos momentos a relação das criaturas azuis para dar vez aos personagens humanos que não acrescentam muita coisa na trama.  O que prevalece é a difícil relação do personagem Patrick Winslow (Neil Patrick Harris) com seu padrasto Victor Doyle vivido pelo ator Brendan Gleeson. Nesse ponto, o enredo explora bem os sentimentos de ambos e consegue transmitir uma pequena lição de moral que também é replicada no relacionamento das criaturas azuis, mas de forma mais apressada.
São raros os momentos em que vemos o Smurfs interagindo. Além disso, as características de cada um são mal exploradas durante o filme. O desastrado que foi praticamente o protagonista do primeiro longa, quase não aparece nessa sequência e tem pouquíssimas falas, apesar de estar presente no grupo que vai resgatar a Smurfette. Tanto ele como o Ranzinza tem pouco destaque. O único que aparece um pouco mais e traz um alívio cômico com seu jeito e suas falas é o Arrojado, mas o tom do humor utilizado por ele pode não agradar algumas pessoas e no caso das crianças pode se tornar obsoleto, já que elas podem não entender direito o conteúdo.
O destaque mesmo fica por conta do Hackus que tem um jeito bobo que resulta em algumas cenas engraçadas, que vão agradar principalmente as crianças. O Gargamel também possui sequências bem humoradas, mas não chega a ser tão hilário como foram suas cenas no primeiro longa que renderam boas gargalhadas. O único personagem que não acrescentou  nada na trama é o filho do casal chamado Blue Winslow. A criança poderia ter interagido com o grupo de Smurfs e até ter alguma importância dentro trama, mas isso não acontece. As poucas falas dele são frases sem a menor importância.
A modelagem dos personagens continua muito bem feita e agrada pelo visual. A única ressalva fica por conta de algumas cenas em que o Gargamel é lançado no ar, pois o visual ficou um pouco estranho. O efeito 3D não acrescenta muita coisa, mas em alguns momentos deixa os efeitos de magia mais bonitos e interessantes de se ver. No geral, Os Smurfs 2 traz alguns furos no roteiro e não consegue ser melhor que o anterior, mas mesmo assim vai agradar e divertir as crianças.

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