Apesar das críticas, o primeiro filme foi um sucesso
comercial que possibilitou a Sony Pictures Animation a dar uma continuidade no projeto. Os Smurfs 2
mantém alguns elementos da fórmula utilizada na animação anterior, mas fracassa
em muitos pontos se comparada com ela. Algumas incoerências no roteiro e a
falta de humor deixaram o filme muito abaixo do esperado para quem já tinha
visto o anterior.
O roteiro é simples e mostra o vilão Gargamel (Hank
Azaria) vivendo em Paris e realizando shows de mágica. Enquanto isso, o
feiticeiro cria os danadinhos Vexy e Hackus (eles são pequenas criaturas que gostam de aprontar) e abre um
portal para invadir a vila dos Smurfs. O plano não sai como o planejado e o
feiticeiro opta por mandar a Vexy em seu lugar para que ela sequestre a
Smurfette. Após o rapto, o Papai Smurf decide vir para o nosso mundo para
resgatar sua filha.
A principal diferença
nessa sequência é que o grupo de criaturas azuis vem em menor número ao nosso
mundo e eles tem pouco destaque dentro da história. A equipe de resgate é
composta pelo Desastrado, Ranzinza, Arrojado e o Papai Smurf. O interessante é que os produtores optaram
por colocar outros Smurfs que não tiveram destaque no primeiro filme, como é o
caso do Arrojado. Isso foi uma ótima iniciativa, porque permite variar as
situações e explora as habilidades e características de cada um.
O maior problema é que o
roteiro deixa
de lado em muitos momentos a relação das criaturas azuis para dar vez aos
personagens humanos que não acrescentam muita coisa na trama. O que prevalece é a difícil relação do
personagem Patrick Winslow (Neil Patrick Harris) com seu padrasto Victor Doyle
vivido pelo ator Brendan Gleeson. Nesse ponto, o enredo explora bem os
sentimentos de ambos e consegue transmitir uma pequena lição de moral que
também é replicada no relacionamento das criaturas azuis, mas de forma mais
apressada.
São raros os momentos em que vemos o Smurfs interagindo.
Além disso, as características de cada um são mal exploradas durante o filme. O
desastrado que foi praticamente o protagonista do primeiro longa, quase não
aparece nessa sequência e tem pouquíssimas falas, apesar de estar presente no
grupo que vai resgatar a Smurfette. Tanto ele como o Ranzinza tem pouco
destaque. O único que aparece um pouco mais e traz um alívio cômico com seu
jeito e suas falas é o Arrojado, mas o tom do humor utilizado por ele pode não
agradar algumas pessoas e no caso das crianças pode se tornar obsoleto, já que elas
podem não entender direito o conteúdo.
O destaque mesmo fica por conta do Hackus que tem um jeito bobo que resulta em algumas cenas
engraçadas, que vão agradar principalmente as crianças. O Gargamel também
possui sequências bem humoradas, mas não chega a ser tão hilário como foram
suas cenas no primeiro longa que renderam boas gargalhadas. O único personagem
que não acrescentou nada na trama é o
filho do casal chamado Blue Winslow. A criança poderia ter interagido com o grupo
de Smurfs e até ter alguma importância dentro trama, mas isso não acontece. As
poucas falas dele são frases sem a menor importância.
A modelagem dos
personagens continua muito bem feita e agrada pelo visual. A única ressalva
fica por conta de algumas cenas em que o Gargamel é lançado no ar, pois o
visual ficou um pouco estranho. O efeito 3D não acrescenta muita coisa, mas em
alguns momentos deixa os efeitos de magia mais bonitos e interessantes de se
ver. No geral, Os Smurfs 2
traz alguns furos no roteiro e não consegue ser melhor que o anterior, mas
mesmo assim vai agradar e divertir as crianças.
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