A editora americana Valiant foi criada em 1989 por Jim
Shooter (ex-editor da Marvel) e Bob Layton. As primeiras revistas com esse selo
foram lançadas no início dos anos 90 e entre elas estava X-O Manowar. O
universo criado pela empresa se expandiu com o passar dos anos até esta ser
adquirida pela produtora de jogos Acclaim, que faliu e culminou no fim das
publicações. Nos últimos anos, a Valiant foi adquirida por outra organização
que fez um reboot lançado em 2012 nos Estados Unidos.
Esse universo inédito no Brasil e totalmente renovado
começa a ser publicado em nosso país pelas mãos da editora HQM com o mix X-O
Manowar. A revista será composta pelas séries Harbinger, Bloodshot e X-O
Manowar, mas especialmente no primeiro volume, a editora optou por publicar as
duas primeiras edições da série que dá nome a revista, deixando a estréia de
Bloodshot para o segundo volume. A decisão foi acertada, pois facilita para o
leitor compreender o conceito do principal título da editora norte-americana.
Ao se abrir a edição já é possível notar a qualidade do
acabamento utilizado pela HQM. O papel é de qualidade muito superior a maioria
das séries que aparecem nas bancas. Isso valorizou muito as ilustrações e deixou
a revista com um ótimo aspecto para os colecionadores. O preço de 9,90 cobrado
pelo mix é justo pela qualidade das histórias e do acabamento.
X-O Manowar se passa no ano de 402 d.C. e conta a
história de Aric, um guerreiro dos Visigodos que comanda as tropas de seu povo
contra a invasão Romana. Após uma confusão no meio da madrugada, o protagonista
e alguns soldados são capturados por alienígenas e levados como escravos para
outro planeta. Após alguns anos, ele e os outros humanos tentam fugir do lugar
e nisso Aric veste a armadura sagrada X-O Manowar.
O roteiro de Robert Venditti é muito bem estruturado,
pois explora as emoções de Aric e ao mesmo tempo consegue criar um clima bem
instigante na trama. O enredo é voltado principalmente para os adultos por
explorar um universo de ficção científica com um tom mais sério. O conteúdo
também estimula a curiosidade do leitor para saber o que vai acontecer a seguir
devido a qualidade da narrativa empregada pelo autor.
Os desenhos de Cary Nord (Conan) também são muito bonitos
e apresentam uma qualidade incrível, principalmente nas cenas de combate que
são muito bem exploradas durante a aventura. A diagramação é clássica e conta apenas alguns
quadros maiores sendo explorados em alguns momentos, mas não existe nenhuma
tentativa de inovar ou fazer uma composição menos convencional da página. Isso
não chega a ser um problema, pois a maioria das séries optam por esse formato
mais tradicional.
Em Harbinger, acompanhamos a história de Peter Stanchek,
um jovem psiônico com grandes poderes mentais, como ler pensamentos, controlar
pessoas e outras coisas, e que está sempre sendo perseguido por uma organização
do governo. Durante as fugas, o jovem acaba conhecendo Toyo Harada, outro
psiônico que oferece ao jovem a oportunidade de aprimorar suas capacidades na
fundação Harbinger. O roteiro de Joshua Dysart é excelente, pois explora os
poderes mentais do protagonista, o caráter dele e dá um clima tenso e com
algumas surpresas que deixam o leitor muito animado e ansioso para descobrir os
próximos acontecimentos da trama.
As ilustrações feitas por Khari Evans são ótimas e
exploram muito bem a capacidade do roteiro de Dysart. A colorização também é
uma das melhores coisas dessa edição que soube explorar o potencial dos
personagens e criou cenas bem interessantes, principalmente quando o
protagonista utiliza os seus poderes.
O mix X-O Manowar traz ainda nos extras várias capas
variantes. Isso foi uma ótima iniciativa, pois é algo que acaba faltando na
maioria das séries mensais lançadas aqui no Brasil. Outra opção é escolher
entre as três capas disponíveis para a revista. Se você gosta de HQs de ficção
científica com história e desenhos de qualidade, pode ter certeza que X-O
Manowar é uma excelente opção.
Realmente é excelente o conteúdo dessa revista. Adorei Harbinger e X-O Manowar. Tomara que a HQM também traga o material clássico da Valiant.
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