segunda-feira, 8 de julho de 2013

Crítica – Liga da Justiça #0

Cristiano Almeida

Parte das edições especiais que comemoram um ano de Os Novos 52!, Liga da Justiça #0 (formato americano, 108 páginas, papel pisa brite, capa couchê, R$ 9,99) apresenta o herói Shazam! no mix da Liga, e mais uma aventura do Capitão Átomo. Devido a isso, as tramas de Liga da Justiça e Liga da Justiça Internacional retornam na edição treze.

O roteiro de Shazam! é escrito por Geoff Johns, artista que cuida da série da LJ e assinava os enredos de Lanterna Verde há muito tempo. O roteirista trabalha conectando três pontos em torno de um objetivo comum: a origem de Shazam! Primeiro ele descreve a procura de um velho feiticeiro pelo seu sucessor; depois alterna para o ressurgimento do Adão Negro (o maior inimigo do herói) e, por fim, nos mostra a vida do jovem Billy Batson. 

As mudanças entre os tons narrativos poderiam tornar a leitura confusa, mas não é o que acontece aqui, pois Johns consegue bom equilíbrio entre todos os pontos. É bacana como ele brinca com o leitor já nas primeiras páginas e explora a personalidade de Batson, mostrando um jovem que não confia nas pessoas, mas que esconde um lado oculto crucial para o desenvolvimento da história.

Outro detalhe importante a ser observado na estreia de Shazam! é o reforço no universo místico da DC Comics. Quando você se depara com a frase: “Eu sou o último do Conselho dos Magos e guardião da Pedra da Eternidade, a maior fortaleza mística em toda a existência”, percebe que esse universo tem potencial para proporcionar grandes enredos.

Além de um roteiro interessante, a HQ tem o reforço da ótima arte de Gary Frank, desenhista que transmite muito bem as várias expressões dos personagens. O ponto alto dos desenhos fica por conta das aparições do herói e do Adão Negro envoltos em vários raios. Nesse quesito, é elogiável a colorização de Brad Anderson, pois o trabalho do artista no contraste entre o brilho dos raios e o tom de preto é muito bom.

Com relação ao Capitão Átomo, a trama é um flashback, pois conhecemos os detalhes da transformação do oficial da aeronáutica, Nathaniel Adam, no poderoso personagem. Portanto, nesta edição, é apresentado o motivo pelo qual o capitão aceita participar do processo físico que o modificou e como isso ocorreu. 

Os artistas são os mesmos dos trabalhos anteriores e repetem o que foi visto antes. No roteiro, JT Krull tem uma ligeira melhora, fazendo uma conexão com o Universo DC semelhante à proposta do filme O Homem de Aço. Ele chegou a iniciar essa referência ao universo da editora na edição três, mas, infelizmente, não expandiu a ideia. Com isso, se prolongou demais nas indagações do herói e perdeu uma ótima oportunidade.

Na arte, Freddie Williams II teve alguns apreciadores, que gostaram de seu estilo diferenciado, mas foi criticado pela grande maioria. Williams até consegue bons momentos quando desenha o Capitão, porém exagera nos efeitos de sombra, principalmente quando se trata do Dr. Megala (o cientista responsável pelo experimento que transformou Nathaniel), e obtém um resultado muito ruim.

Para completar a edição, acompanhamos uma pequena história chamada Questões, com a presença de Pandora, personagem que apareceu na edição seis. O retorno dela e o surgimento de outro elemento na trama indicam que vem algo bem legal por aí.  

Como forma de comemorar um ano de publicação, a revista vem acompanhada por um pôster de 51 x 52 cm que traz a imagem da capa. Assim, o leitor tem uma edição especial com as origens dos heróis e ainda ganha um lindo pôster para colocar na parede do quarto.

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