sábado, 29 de junho de 2013

Crítica – Guerra Mundial Z

Cristiano Almeida

Adaptação do livro homônimo de Max Brooks, Guerra Mundial Z (World War Z) mostra a maior concentração de zumbis por metro quadrado de tela. Isso é evidenciado pela pandemia em escala global, o que lembra a premissa do filme Contágio, e foge das produções que, geralmente, ambientam a trama em deslocamentos regionais.

Brad Pitt interpreta Gerry Lane, ex-investigador das Nações Unidas, que é convocado pela organização para descobrir a causa e uma cura para a transformação de pessoas em mortos-vivos. Relutante, Lane aceita a missão e parte em busca de respostas, enquanto tenta se livrar dos ataques ferozes das criaturas. Em meio ao caos, a personalidade observadora do ex-investigador é fator crucial no desenvolvimento da trama.

O livro é caracterizado por depoimentos de pessoas que lutaram contra os zumbis. No filme, o foco é a ação do início ao fim, com algum suspense (e sustos para os mais desavisados) e muita correria. Os momentos de pausa interligam muito bem uma cena de ação a outra e trazem explicações em diálogos que remontam a questões históricas e políticas. 

A proposta do roteiro de guerra mundial é muito válida por demonstrar como seria se algo semelhante realmente atingisse vários países ao mesmo tempo. Além da óbvia sensação de pânico, de isolamento, temos também a instalação do caos, onde os sistemas de ordem não mais existem e são poucos os que tentam buscar uma solução. Assim, percebemos referências de produções como Eu Sou a Lenda, The Walking Dead e Extermínio.

A redução na censura do longa impossibilitou o uso de takes que mostrassem mordidas mais sanguinárias ou zumbis com um machado fincado na cabeça. Para não tornar o filme maçante, o diretor Marc Forster explora o potencial das sequências de ação, nos lembrando sempre da dimensão do problema com várias tomadas aéreas. O melhor take envolve a ocupação da cidade de Jerusalém, onde as criaturas se amontoam fazendo uma espécie de escada para escalar os altos muros (essa cena é mostrada no trailer).

A caracterização dos mortos-vivos não é a clássica, ou seja, decrépita e lenta. Aqui, eles são muito rápidos e parecem mais raivosos. Em paralelo, seus ataques ora são feitos na espreita ora são realizados por grandes grupos. Com isso, a trilha sonora é bem balanceada nesses dois pontos, entregando as notas tradicionais de uma produção que eleva o suspense e a que enaltece a sequência de ação. 

O longa termina com um final conclusivo, mas abre possibilidade para continuação (já confirmada pelo estúdio). Se você procura um filme tradicional de zumbis, este não é o caso aqui. Porém, se quer ver uma produção com toques de suspense, muita ação e entretenimento, Guerra Mundial Z preenche as características com folga.



Nenhum comentário:

Postar um comentário