Adaptação do livro homônimo de Max Brooks, Guerra Mundial Z (World War Z) mostra a maior concentração de zumbis por metro quadrado de tela. Isso é evidenciado pela pandemia em escala global, o que lembra a premissa do filme Contágio, e foge das produções que, geralmente, ambientam a trama em deslocamentos regionais.
Brad Pitt interpreta Gerry Lane, ex-investigador das Nações
Unidas, que é convocado pela organização para descobrir a causa e uma cura para
a transformação de pessoas em mortos-vivos. Relutante, Lane aceita a missão e
parte em busca de respostas, enquanto tenta se livrar dos ataques ferozes das
criaturas. Em meio ao caos, a personalidade observadora do ex-investigador é fator
crucial no desenvolvimento da trama.
O livro é caracterizado por depoimentos de pessoas que
lutaram contra os zumbis. No filme, o foco é a ação do início ao fim, com
algum suspense (e sustos para os mais desavisados) e muita
correria. Os momentos de pausa interligam muito bem uma cena de ação a outra e trazem
explicações em diálogos que remontam a questões históricas e políticas.
A proposta do roteiro de guerra mundial é muito válida por
demonstrar como seria se algo semelhante realmente atingisse vários países ao
mesmo tempo. Além da óbvia sensação de pânico, de isolamento, temos também a
instalação do caos, onde os sistemas de ordem não mais existem e são poucos os
que tentam buscar uma solução. Assim, percebemos referências de produções como Eu
Sou a Lenda, The Walking Dead e Extermínio.
A redução na censura do longa impossibilitou o uso de takes
que mostrassem mordidas mais sanguinárias ou zumbis com um machado fincado na
cabeça. Para não tornar o filme maçante, o diretor Marc Forster explora o
potencial das sequências de ação, nos lembrando sempre da dimensão do problema
com várias tomadas aéreas. O melhor take
envolve a ocupação da cidade de Jerusalém, onde as criaturas se amontoam
fazendo uma espécie de escada para escalar os altos muros (essa cena é mostrada
no trailer).
A caracterização dos mortos-vivos não é a clássica, ou seja,
decrépita e lenta. Aqui, eles são muito rápidos e parecem mais raivosos. Em
paralelo, seus ataques ora são feitos na espreita ora são realizados por
grandes grupos. Com isso, a trilha sonora é bem balanceada nesses dois pontos, entregando
as notas tradicionais de uma produção que eleva o suspense e a que enaltece a
sequência de ação.
O longa termina com um final conclusivo, mas abre
possibilidade para continuação (já confirmada pelo estúdio). Se você procura um filme tradicional de zumbis,
este não é o caso aqui. Porém, se quer ver uma produção com toques de suspense,
muita ação e entretenimento, Guerra Mundial Z preenche as características com
folga.
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