domingo, 8 de julho de 2012

Crítica - O Espetacular Homem-Aranha

Cristiano Almeida

O Espetacular Homem-AranhaQuando anunciaram que seria feito um reboot de Homem-Aranha nos cinemas, muitos fãs torceram o nariz, acreditando que o melhor fosse dar continuidade ao trabalho de Sam Raimi na direção e de Tobey Maguire como Peter Parker/Homem-Aranha na trilogia original. Porém, diferenças criativas e financeiras entre a Sony Pictures e Raimi decretaram o fim da primeira versão aracnídea no cinema.

O resultado da nova adaptação para a telona pode ser conferido em O Espetacular Homem-Aranha (The Amazing Spider-Man). Para a direção foi escolhido Marc Webb (500 Dias com Ela) e para interpretar o herói temos agora Andrew Garfield (A Rede Social).

No filme, Peter Parker é um jovem nerd renegado na escola que foi abandonado misteriosamente pelos pais quando criança. Ele passa a morar com os tios Ben (Martin Sheen) e May Parker (Sally Field). Certo dia, por acaso, Peter encontra uma pasta com documentos de seu pai, isso o leva até o laboratório do Dr. Curt Connors (Rhys Ifans), cientista que trabalhou com seu pai e sabe algo sobre o passado do jovem. Na realidade, a ida ao laboratório para investigar o desaparecimento dos pais (que é esquecida no meio do caminho como desculpa para um próximo filme) foi a maneira encontrada pelos roteiristas para recontar a origem do herói. Sendo assim, já sabemos que Peter Parker foi picado por uma aranha, mas isso é mostrado novamente.

Passado o começo do filme, a trama se torna mais interessante. Webb não tem pressa em estabelecer o Homem-Aranha nas telas e explora bem o potencial de Andrew Garfield como Peter Parker. Então, o vemos na escola, iniciando o romance com Gwen Stacy (Emma Stone), e aprendendo a usar os poderes, inclusive explorando seu lado nerd, no qual constrói seu próprio lançador de teias. Com a conhecida fatalidade que leva Parker a se tornar o Homem-Aranha, o longa ganha boas cenas de ação e a direção é eficaz no uso da tecnologia 3D, onde temos sequências em primeira pessoa. Porém, ao procurar solucionar dilemas do herói, o roteiro de Alvin Sargent, James Vanderbilt e Steve Kloves se perde em revelações apressadas demais para um primeiro filme, o que decepciona do meio para o fim.

Uma pena que o roteiro não desenvolva bem a história, pois Andrew Garfield nos entrega um Peter Parker mais seguro e fiel ao quadrinhos. Como Homem-Aranha o ator também se destaca, sendo piadista e fazendo poses que remetem às HQs. Emma Stone traz uma Gwen mais determinada, Martin Sheen e Sally Field não decepcionam como os amáveis tios de Peter. O vilão Lagarto interpretado por Rhys Ifans por captura de movimentos não é dos melhores, mas consegue seu espaço e tem boas cenas de luta.

Enfim, o novo começo da franquia Homem-Aranha no cinema tem seus pontos positivos e expande o que vimos nos outros filmes, mas se excede ao tentar impor mais drama a uma história já dramática. Afinal, Peter Parker tem grandes poderes e com eles grandes responsabilidades. E julgando pela cena pós-créditos, vemos que esse excesso está longe de acabar.

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