domingo, 8 de julho de 2012

Crítica – A Sombra do Batman – Número 1 – Os Novos 52

Henrique Jacob

A Sombra do Batman - Os Novos 52
Uma das grandes vantagens de ler A Sombra do Batman de Os Novos 52 é poder conhecer e acompanhar as histórias de outros personagens do universo do Homem-Morcego. Esse volume conta com 7 histórias, mas somente uma narra as aventuras do herói.
A trama da primeira história intitulada Batman e Robin em Nascido para Matar tem um enredo simples contando detalhes de como foi marcante o dia da morte dos pais para Bruce Wayne. Apesar disso, o roteiro criado por Peter J. Tomasi é bom, mas se prende muito na relação entre Batman e Robin, que nessa edição é vivido por Damian Wayne, limitando as possibilidades da trama.
Outro ponto negativo é a personalidade chata e egoísta do garoto Damian, que questiona e discorda sempre do seu pai. Além disso, o jovem Robin fala numa linguagem que dificilmente um garoto daquela idade usaria. Enquanto a história não desenrola como deveria, os desenhos de Patrick Glerson colaboram com bons traços, que apresentam boas expressões faciais dos personagens e ótimas cenas de ação.
Já a história Batwing em O Berço da Civilização, apresenta uma trama mais complexa em que o herói tenta ajudar a cidade Tinasha, que está repleta de criminosos e policiais corruptos, semelhante ao estado de Gotham City. Outro ponto interessante da trama foi mostrar o idealismo do protagonista David Zavimbe, na discussão com a policial e colega Kia Okuru, em que ambos discordam sobre os deveres da polícia.
O que não colaborou na história do Batwing foram os desenhos que não tem muito capricho e contam com poucos detalhes nas cenas. Além disso, as cores foram mal utilizadas nos cenários, tornando muitos momentos bons da história em algo abaixo do esperado.
Na terceira história acompanhamos a trama da Batgirl em Estilhaçado, que começa simples, mas termina com um ótimo desfecho. O principal atrativo dessa trama é o lado emocional da Bárbara Gordon, que após levar um tiro do Coringa, resolve combater o crime. Além disso, o final mostra o quanto esse lado psicológico dela pode comprometer o seu trabalho de salvar as pessoas. Já os desenhos, feitos por Ardian Syaf estão bons, se mantendo na média da maioria das outras HQs de Os Novos 52.
Já na polêmica história da Mulher Gato em Sem tirar todo o Uniforme, traz um roteiro muito simples que se resume na explosão do apartamento da Selina Kyle e os planos dela para roubar. Os desenhos de Guillem March possuem ótimos traços e são repletos de detalhes, mas exageram na sensualidade de algumas cenas, principalmente no final.
Uma das histórias que conseguem equilibrar bem as cenas de ação e humor típicos de filmes de ação foi o roteiro criado por Scott Lobdell em Eu lutei contra a lei e dei uma surra nela!, que conta as aventuras de Capuz Vermelho e os Foragidos. O início da história mostra a fuga de Roy Harper da prisão com a ajuda do Capuz Vermelho. Esse começo já é repleto de ação e diálogos muito bem elaborados com piadas e um pouco de sarcasmo entre os dois.
Apesar disso, os desenhos feitos por Kenneth Rocafort são irregulares, pois alternam bons e maus momentos nos desenhos durante a trama. Apesar disso, os desenhos conseguem cumprir seu objetivo e não chegam a atrapalhar o desenrolar da história.
Sem dúvida, a melhor arte dessa edição é de Eddy Barrows na história Asa Noturna em Bem-vindo a Gotham, que conta com traços excelentes, apresentando muitos detalhes nas expressões faciais de Dick Grayson e nas cenas de ação. Outro ponto positivo são as cores utilizadas que valorizam ainda mais os desenhos de Barrows.
O roteiro criado por Kyle Higgins conta o lado emocional do herói e como ele se sente em relação à morte dos pais. Além disso, conta com a aparição de um vilão misterioso no final, deixando um ótimo gancho para a próxima edição.
Por fim, temos a Batwoman em Além de uma Sombra, que traz uma história narrada pelo Batman. O roteiro é muito cansativo e inferior aos anteriores por não ter nenhuma fala da Batwoman e por não narrar nenhum conflito ou situação vivenciada pela protagonista. Os desenhos também são fracos e poderiam ter mais detalhes.
No geral, essa primeira edição de A Sombra do Batman é boa para quem deseja acompanhar as histórias de outros heróis do universo do homem-morcego, mas para quem deseja acompanhar somente as tramas com o herói de Gotham, o ideal seria a edição Batman – O Retorno do Cavaleiro das Trevas.

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