segunda-feira, 10 de junho de 2013

Crítica - Juiz Dredd Megazine


Henrique Jacob
Após um bom período longe das bancas brasileiras, a série do Juiz Dredd retorna dessa vez pela mãos da editora Mythos e acompanhado de outras séries da revista inglesa 2000 AD. Inicialmente, Dredd Megazine terá seis edições e dependendo da aceitação do público a série poderá continuar em publicação. Ao todo, o mix é composto por seis histórias, sendo que duas delas envolvem o Juiz e outras duas séries são inéditas em nosso país.  
A série do Juiz Dredd abre o mix com um conto único e bastante simples. A trama mostra a confusão criada por um cidadão de Mega City Um que abre a jaula de vários alienígenas em uma espécie de zoológico. O enredo é bem engraçado com muitos combates entre o Juiz e diversas criaturas bizarras. O melhor dessa antiga história do personagem são os desenhos fantásticos de Brian Bolland.
Uma das HQs inéditas é a Área Cinzenta, que mostra um grupo do governo que controla e contém os alienígenas que entram em nosso planeta na zona global de exossegregação. A ideia é excelente e mostra um local em que os extraterrestres precisam ficar para evitar contaminações de seres intergalácticos no planeta Terra. O roteiro de Dan Abnett funciona muito bem e agrada ao gerar combates intensos e ao mesmo tempo por desenvolver a trama de forma a criar uma leve tensão e um pouco de suspense. Os desenhos de Karl Richardson são incríveis e o tom mais sombrio utilizados nas cores combinou perfeitamente com a premissa da série.  Com certeza, uma das melhores HQs presentes no mix.
A editora Mythos também acertou ao decidir publicar as primeiras histórias da série Sláine. O personagem já havia sido publicado no Brasil pela Pandora Books, mas sua origem ainda não havia sido lançada. A edição em preto e branco mostra as primeiras aventuras de Sláine Mac Roth e o anão Ukko. Os personagens são carismáticos e os diálogos são bem humorados, mas a trama ainda não conseguiu prender tanto a atenção do leitor. Como se trata apenas do início, podemos esperar uma melhora significativa já que o passado do protagonista é um elemento importante na história. O desenhista também abusa de efeitos de sombra para conseguir um resultado mais sombrio.
Já Nikolai Dante traz um protagonista carismático, mulherengo e ladrão que acaba se envolvendo numa perigosa confusão com o Vladimir, o conquistador CZAR numa Rússia Imperial do futuro. A história é engraçada e o personagem principal é cativante, mas o roteiro ainda é fraco e mostra só início da confusão em que o protagonista vai ser meter. Os desenhos são bons e o destaque fica por conta das cenas de perseguição que ficaram ótimas.
O mix também acompanha uma história bem curta chamada Distorções Temporais.  O roteiro é do Alan Moore e os desenhos de Dave Gibbons (a famosa dupla criadora de Watchmen). A trama mostra a dupla de cronocanas Joe Sábado e Ed Quinta-feira, cuja missão é viajar no tempo para impedir crimes antes que eles aconteçam, algo bem semelhante ao filme Minority Report. Apesar de ser simples, o roteiro é bem divertido e tem um final surpreendente e muito engraçado. As ilustrações de Gibbons enriquecem ainda mais o roteiro de Moore e seu traço limpo agrada visualmente.
Por último, o mix traz o arco Guerra Total do Juiz Dredd. O enredo é bem melhor que o da primeira história do volume, pois mostra o plano de um grupo de anarquistas que ameaçam explodir bombas em Mega City Um se os juízes não deixarem o comando da cidade.  O roteirista John Wagner conseguiu dar um tom violento e tenso que combina bastante com o personagem e agrada pela qualidade da narrativa. Entretanto, os personagens coadjuvantes, principalmente a Juíza Chefe, tem muito destaque na trama e isso pode deixar alguns leitores que nunca leram nada sobre o Juiz meio perdidos.
A editora Mythos acertou no acabamento da edição ao utilizar papel coché que realça a qualidade das ilustrações e dá um aspecto mais bonito na edição, valorizando o produto para os colecionadores, mas isso acarretou no preço de R$ 10,90  um pouco caro para um mix de apenas 68 páginas. Apesar disso, a qualidade das histórias e o bom acabamento compensam esse preço. Juiz Dredd Megazine é uma ótima opção para quem deseja ler um material diferente e de qualidade.

2 comentários:

  1. Area cinzenta é muito bom!!!!! Espero que a Mythos continue com esse mix pq é uma das melhores HQs que eu já li.

    ResponderExcluir
  2. O final de Distorções temporais foi hilário. Alan Moore é definitivamente um genio das hqs! Valeu pela dica.

    ResponderExcluir