sábado, 17 de novembro de 2012

Crítica - A Saga Crepúsculo: Amanhecer – Parte 2

Cristiano Almeida

Fenômeno literário de autoria da escritora Stephenie Meyer, A Saga Crepúsculo ganhou sua franquia cinematográfica e levou milhares de espectadores ao cinema para acompanhar o triângulo amoroso entre Bella, Edward e Jacob. Em A Saga Crepúsculo: Amanhecer – Parte 2 (The Twilight Saga: Breaking Dawn - Part 2) o slogan promete um final épico, porém não é necessariamente isso que acontece.

A trama começa minutos depois do final de Amanhecer – Parte 1. Bella (Kristen Stewart) foi transformada em vampira por Edward (Robert Pattinson). Ela deu à luz a Renesmee (Mackenzie Foy), criança que passa a ter a proteção de Jacob (Taylor Lautner) - tudo por causa de um imprinting - termo usado na matilha de lobos para designar um amor à primeira vista.

A roteirista Melissa Rosenberg utiliza o começo do filme para mostrar Bella descobrindo seus novos poderes, como força, velocidade e até um escudo mental de proteção. Em alternância às habilidades da vampira, o texto mostra o clima de amor que habita a residência dos Cullen. Um pouco de tensão é inserida quando o clã dos Volturi é informado que Renesmee é uma criança imortal (o que é um crime na lei vampiresca). Assim, Aro (Michael Sheen) – o líder do clã – reúne seus asseclas para ir à busca da menina.

Com o perigo se aproximando, os Cullen passam a convocar vampiros de todos os lugares do mundo para ajudar no testemunho de que a criança não é imortal, pois foi gerada quando Bella ainda era humana. Stephenie Meyer certamente buscou inspiração no universo mutante para caracterizar seus vampiros, pois só assim para justificar as habilidades que ela atribui a cada um. Não bastava eles verem o reflexo no espelho e não se queimarem ao serem expostos ao sol, agora eles tem poderes elétricos e podem controlar elementos naturais. Quanta imaginação!

Nesse contexto, o diretor Bill Condon assumiu o filme com a promessa de focar na ação e deixar o romance de lado. Bem, isso deveria ser óbvio, já que o romance foi sugado até o limite nas produções anteriores. Porém, o longa tem poucos momentos de ação e apenas vai sendo levado até o confronto final com os Volturi, que é filmado em uma ótima sequência.

Condon manteve elementos técnicos que tiveram qualidade nos outros filmes, como a fotografia bem trabalhada - principalmente nas cenas da floresta - e o uso da filmagem por cima dos atores. Contudo, o diretor foi completamente equivocado no uso da digitalização do rosto de Renesmee. O intuito era mostrar os mesmos traços físicos de Mackenzie Foy na personagem bebê, na criança mais velha, até chegar à idade atual da atriz. O trabalho digital ficou tão ruim que beirou o amadorismo.

Além dos elementos técnicos, a produção também insistiu na bagagem de inserir personagens que nada acrescentam ao enredo, e na obrigatoriedade de Jacob tirar a camisa para mostrar os músculos, enlouquecendo as jovens histéricas com que somos obrigados a dividir a sala de cinema.

Com isso, a franquia se encerra com falta de ousadia por parte da supervalorizada Stephenie Meyer e também dos roteiristas e diretores que comandaram a versão cinematográfica. O desfecho é um balde de água fria nas expectativas, tão gelado quanto o campo de neve escolhido para o confronto final.

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