segunda-feira, 29 de abril de 2013

Crítica – Homem de Ferro 3

Cristiano Almeida

Filme que dá início a fase 2 da Marvel nos cinemas, Homem de Ferro 3 (Iron Man 3) começa após os eventos de Os Vingadores. Esse fator comanda o perfil do personagem de Robert Downey Jr, que passa a enxergar mais que sua tecnologia, carros e belas mulheres. 

Em Nova York, Tony Stark se deparou com deuses, seres geneticamente modificados, uma invasão alienígena e um buraco de minhoca, isso lhe causou uma série de distúrbios psicológicos, que o fazem dormir pouco, ter pesadelos e crises de ansiedade. Agora, o gênio quer cada vez mais melhorar a tecnologia de sua armadura, e ele consegue com a construção da Mark 42, traje que é controlado à distância. Toda essa complexidade é muito bem interpretada por Downey Jr., que além do drama, continua arrancando boas risadas com seu humor sarcástico.

Na trama, Stark vive um relacionamento sério com Peper Potts (Gwyneth Paltrow). Tudo parecia ir muito bem até o momento que o industrial entra em rota de colisão com um novo inimigo, o Mandarim (Ben Kingsley). Junte a isso o avanço de uma nova tecnologia, a Extremis, desenvolvida em parceria entre a Dra. Maya Hansen (Receba Hall) e o geneticista Aldrich Killian (Guy Pearce), e está criado o cenário para o Homem de Ferro entrar em ação.

Dos vilões que participam do filme, a presença mais aguardada era a de Mandarim, clássico inimigo de origem chinesa que utiliza dez anéis com vários poderes diferentes. No longa, ele é visivelmente inspirado em terroristas da vida real, inclusive com os vídeos de ameaças à América. Digamos que, embora Ben Kingsley esteja ótimo no papel e o rumo que dão ao personagem é compreensível dentro da proposta do roteiro, muita gente não vai gostar do resultado.

A adição do Patriota de Ferro (Don Cheadle) surgiu como uma novidade, mas não foi bem explorada, parecendo apenas uma inclusão que possibilitaria abordagens políticas ao enredo. Em compensação, temos a oportunidade de acompanhar mais da atuação do militar James Rhodes em todo o seu patriotismo. Neste aspecto, se o outrora Máquina de Combate aparece menos, temos uma presença maior de Peper, que faz coisas realmente surpreendentes. 

Na direção, Jon Favreau deu lugar a Shane Black. Ele extrai boas interpretações de seus atores e conduz muito bem os momentos de ação - sendo um deles o clímax - que merece destaque pelo ótimo uso da computação gráfica. Para a demonstração dos personagens que foram submetidos à tecnologia Extremis, o diretor manteve algumas características dos quadrinhos, como aumento de força, resistência e velocidade, e até o lançamento de rajadas de fogo pela boca. Mas nem tudo é perfeito, pois o roteiro, assinado por Drew Pearce e Black, tem alguns furos, alguns deles bem primários.  

Apesar de soluções duvidosas e erros, o filme introduz um importante grupo inimigo no universo cinematográfico da Marvel. Isso pode render novas abordagens nas outras produções que estão por vir. Para finalizar, ainda temos a famosa cena pós-créditos, que tradicionalmente dá uma ideia de continuidade, de ligação entre os longas, mas que aqui apenas relaciona personagens em mais uma cena de humor.

Homem de Ferro 3 marca um novo começo para a Marvel nos cinemas, mas também será um divisor de opiniões. Muitos vão considerar o filme um ótimo entretenimento, os outros, que esperavam uma adaptação mais fiel aos quadrinhos, talvez não fiquem nem um pouco satisfeitos.  

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