domingo, 16 de dezembro de 2012

Crítica – Mulher Maravilha


Henrique Jacob
Lançado em 2009, a animação Mulher Maravilha conta a origem da amazona mostrando seu nascimento, treinamento quando jovem e sua jornada no mundo dos homens. O filme tem certa influência da série em quadrinhos Gods and Mortals de 1987, em que o desenhista George Perez reformula alguns conceitos principais da personagem.
A trama inicia com a batalha entre as amazonas lideradas pela rainha Hipólita contra Ares. Durante o combate, ela mata o filho de Ares e em seguida tem a oportunidade de matar o inimigo, mas a pedido de Zeus, Hipólita decide aprisionar o deus da guerra. Como prêmio pela vitória, a deusa Hera dá uma ilha chamada Themyscira de presente para as guerreiras, permitindo que elas possam viver longe dos homens. Após isso, a rainha das amazonas desenha uma criança no barro e pede aos Deuses que permitam que ela tenha uma filha, o que é concedido por eles e assim surge Diana.
Após alguns anos, um piloto americano chamado Steve Trevor faz um pouso forçado na ilha. Para decidir qual amazona irá levar o homem de volta para os Estados Unidos, Hipólita decide realizar um torneio. Durante a competição, Ares consegue escapar e a missão de Diana será impedir o deus da guerra. A história é muito bem contada com diversos detalhes das HQs, mas com pequenas alterações. O melhor é poder acompanhar a versão da heroína em sua forma mais tradicional em que ela não voa e necessita de seu avião invisível para se locomover em grandes distâncias.  Todos os equipamentos da amazona são apresentados ao público de forma coerente dentro do contexto da história, sem exageros ou mudanças bruscas em relação aos quadrinhos.
O roteiro escrito por Gail Simone e Michael Jelenic consegue narrar os acontecimentos e o desenvolvimento da heroína de forma bem coerente mostrando sua desconfiança em relação aos homens e sua vontade de conhecer o mundo. A trama consegue prender a atenção do público pela qualidade dos diálogos e dos combates. A desconfiança de Diana em relação a Steve e sua vontade de conhecer o lado bom dele resultam em bons diálogos e um questionamento sobre algumas atitudes de nossa sociedade. Outro ponto interessante é como a animação apresenta a personagem com maior fidelidade aos quadrinhos e com uma produção excelente, que respeitou todo o histórico e o perfil da protagonista, ao contrário do que aconteceu em alguns filmes em live-action de outros super heróis.
Dirigido pela Lauren Montgomery, a animação traz uma qualidade técnica incrível pelo ótimo visual das imagens e cenas, principalmente as sequências de ação que foram muito bem feitas. Os desenhos dos cenários, lutas e personagens ficaram com um bom nível de detalhes que agradam bastante. A Mulher Maravilha também foi muito bem retratada com um desenho sensual, realçando a beleza da personagem, mas sem qualquer tipo de vulgaridade.
O nível de violência também é um pouco maior em relação as outras animações da DC Comics como Liga da Justiça: Crise em Duas Terras e Lanterna Verde: Cavaleiros Esmeralda. Apesar disso, essa violência é bem empregada nos combates, realçando diversos momentos importantes e tensos da trama, mas sem exageros como acontecem em alguns longas.
A trilha sonora consegue ampliar o sentimento de estar assistindo a um épico baseado na mitologia grega com diversos combates entre guerreiros e deuses, devido ao uso de instrumentos e uma sonorização semelhante as grandes produções norte-americanas. Isso contribui bastante para imersão do público e para melhorar ainda mais as cenas de luta. A dublagem também é ótima pelo trabalho da equipe e pela escolha das vozes. Os atores escolhidos para dublar cada personagem realizaram um bom trabalho, principalmente Alfred Molina como Ares e Virginia Madsen como a rainha Hipólita.
No geral, a animação Mulher Maravilha é essencial para qualquer fã de quadrinhos e para quem já conhece ou deseja saber mais sobre a personagem. Pela qualidade técnica e por contar de forma bem fiel a origem da primeira heroína da DC Comics criada em 1941, o filme é uma ótima opção para o público e um bom incentivo para que a amazona chegue as salas de cinema no futuro com um longa-metragem em live action.

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