Lançado em 2009, a animação Mulher Maravilha conta a
origem da amazona mostrando seu nascimento, treinamento quando jovem e sua
jornada no mundo dos homens. O filme tem certa influência da série em
quadrinhos Gods and Mortals de 1987, em que o desenhista George Perez reformula
alguns conceitos principais da personagem.
A trama inicia com a batalha entre as amazonas lideradas
pela rainha Hipólita contra Ares. Durante o combate, ela mata o filho de Ares e
em seguida tem a oportunidade de matar o inimigo, mas a pedido de Zeus, Hipólita
decide aprisionar o deus da guerra. Como prêmio pela vitória, a deusa Hera dá
uma ilha chamada Themyscira de presente para as guerreiras, permitindo que elas
possam viver longe dos homens. Após isso, a rainha das amazonas desenha uma
criança no barro e pede aos Deuses que permitam que ela tenha uma filha, o que
é concedido por eles e assim surge Diana.
Após alguns anos, um piloto americano chamado Steve
Trevor faz um pouso forçado na ilha. Para decidir qual amazona irá levar o
homem de volta para os Estados Unidos, Hipólita decide realizar um torneio.
Durante a competição, Ares consegue escapar e a missão de Diana será impedir o
deus da guerra. A história é muito bem contada com diversos detalhes das HQs,
mas com pequenas alterações. O melhor é poder acompanhar a versão da heroína em
sua forma mais tradicional em que ela não voa e necessita de seu avião invisível
para se locomover em grandes distâncias. Todos os equipamentos da amazona são
apresentados ao público de forma coerente dentro do contexto da história, sem
exageros ou mudanças bruscas em relação aos quadrinhos.
O roteiro escrito por Gail Simone e Michael Jelenic consegue
narrar os acontecimentos e o desenvolvimento da heroína de forma bem coerente
mostrando sua desconfiança em relação aos homens e sua vontade de conhecer o
mundo. A trama consegue prender a atenção do público pela qualidade dos
diálogos e dos combates. A desconfiança de Diana em relação a Steve e sua vontade
de conhecer o lado bom dele resultam em bons diálogos e um questionamento sobre
algumas atitudes de nossa sociedade. Outro ponto interessante é como a animação
apresenta a personagem com maior fidelidade aos quadrinhos e com uma produção
excelente, que respeitou todo o histórico e o perfil da protagonista, ao
contrário do que aconteceu em alguns filmes em live-action de outros super
heróis.
Dirigido pela Lauren Montgomery, a animação traz uma
qualidade técnica incrível pelo ótimo visual das imagens e cenas,
principalmente as sequências de ação que foram muito bem feitas. Os desenhos
dos cenários, lutas e personagens ficaram com um bom nível de detalhes que
agradam bastante. A Mulher Maravilha também foi muito bem retratada com um
desenho sensual, realçando a beleza da personagem, mas sem qualquer tipo de
vulgaridade.
O nível de violência também é um pouco maior em relação as
outras animações da DC Comics como Liga da Justiça: Crise em Duas Terras e
Lanterna Verde: Cavaleiros Esmeralda. Apesar disso, essa violência é bem
empregada nos combates, realçando diversos momentos importantes e tensos da
trama, mas sem exageros como acontecem em alguns longas.
A trilha sonora consegue ampliar o sentimento de estar
assistindo a um épico baseado na mitologia grega com diversos combates entre
guerreiros e deuses, devido ao uso de instrumentos e uma sonorização semelhante
as grandes produções norte-americanas. Isso contribui bastante para imersão do
público e para melhorar ainda mais as cenas de luta. A dublagem também é ótima
pelo trabalho da equipe e pela escolha das vozes. Os atores escolhidos
para dublar cada personagem realizaram um bom trabalho, principalmente Alfred
Molina como Ares e Virginia Madsen como a rainha Hipólita.
No geral, a animação Mulher Maravilha é
essencial para qualquer fã de quadrinhos e para quem já conhece ou deseja saber
mais sobre a personagem. Pela qualidade técnica e por contar de forma bem fiel
a origem da primeira heroína da DC Comics criada em 1941, o filme é uma ótima
opção para o público e um bom incentivo para que a amazona chegue as salas de
cinema no futuro com um longa-metragem em live action.
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