domingo, 28 de outubro de 2012

Crítica – Prince of Persia: The Sands of Time


Henrique Jacob
A aclamada série Prince of Persia foi criada por Jordan Mechner em 1989 e inicialmente tinha como características a progressão lateral e um alto nível de dificuldade. Após uma tentativa mal-sucedida para um novo jogo em 3D, a Ubisoft adquiriu os direitos da franquia e investiu pesado para desenvolver Prince of Persia: The Sands of Time, contando com o apoio do criador da série.
Na trama, o protagonista e seu pai, o rei Shahraman, invadem a Índia com a ajuda de Vizier com o objetivo de derrotar o marajá. Durante o ataque, o príncipe encontra a adaga do tempo e a Ampulheta do Tempo. Após prender a filha do marajá, Farah, Prince é enganado por Vizier e acaba cravando a adaga do tempo na ampulheta, com isso todas as pessoas do lugar se transformam em monstros de areia, incluindo o rei Sharaman. Os únicos não afetados são o príncipe, Farah e Vizier, que deseja unir os dois artefatos para conseguir a vida eterna. Com isso, o protagonista se une a jovem para conseguir encontrar uma forma de reverter os acontecimentos e impedir os planos do vilão.
A trama é simples e poderia ter algumas reviravoltas principalmente no final. Apesar disso, o enredo é bom e consegue prender a atenção do jogador, por narrar os acontecimentos e explorar a personalidade do príncipe e também por mostrar sua relação com Farah, que resulta em ótimos e divertidos diálogos.
Como a história é contada e diversos elementos do título reforçam a ideia de estar em uma aventura inspirada em contos. Um exemplo são os momentos em que o jogador salva o jogo, em que Prince entra num campo de energia e após salvar diz que continuará a história a partir daquele ponto na próxima vez ou nos momentos em que o personagem morre e ele diz que não foi desse jeito que aconteceu. Isso é muito legal e dá um ar descontraído e divertido para o enredo, aumentando a imersão. A única ressalva é a forma escolhida para o protagonista recuperar sua energia, em que o príncipe precisa beber água. Todas as vezes que o jogador for realizar essa ação vai presenciar uma cena bonita com uma música ao fundo. A ideia é boa, mas pode prejudicar em alguns momentos, principalmente quando muitos inimigos estiverem ao seu redor, já que o título não permite que o personagem beba se eles estiverem próximos do protagonista.
Os gráficos foram muito bem produzidos com diversos detalhes nos personagens, cenários e objetos. Principalmente, os momentos em que o príncipe está lutando dentro do palácio mostram uma riqueza de detalhes impressionante. A escolha dos tons de cores para o jogo é inspirada no universo persa, mas com toques de fantasia típicos de uma aventura da literatura como As Mil e uma Noites. No visual, o game procurou por tons claros que realçam essa sensação.
Em relação à jogabilidade, o título é bem desenvolvido e agrada por permitir realizar diversos movimentos com muita eficiência, sem ocorrer erros ou bugs. O jogador terá que realizar acrobacias, pular, andar pela parede e dar cambalhotas para avançar nos cenários e fugir das armadilhas que estão por todo o palácio. Uma das melhores coisas do jogo é o poder da Adaga do Tempo, que permite retornar alguns segundos no tempo para evitar uma queda ou um ataque.
O controle nos combates é diversificado e permite diversos combos até utilizando os cenários para ganhar impulso para golpear os inimigos. Um dos problemas é que se o personagem for cercado pelos adversários tem grandes chances de sofrer alguns golpes, porque eles irão tentar impedir que o protagonista fuja. Isso aumenta o desafio do game, mas pode frustar jogadores iniciantes.
Um dos problemas do jogo é pouca variedade de inimigos, que aparecem diversas vezes durante a aventura. Outra limitação é o fato de Farah prejudicar em alguns momentos a movimentação. Não existe nenhum tipo de bloqueio para impedir que ela acerte uma flecha no protagonista e muitas vezes isso acaba atrapalhando um ataque. Apesar disso, o título não é difícil, os únicos momentos com maior dificuldade são a luta do príncipe contra seu pai e a batalha no elevador. Até o combate final contra Vizier é fácil e não exige muito do jogador.
Já a câmera é funcional na maior parte do tempo, mas em alguns momentos durantes os combate ela se posiciona em ângulos nada favoráveis, como atrás de objetos, dificultando a visão do jogador. Apesar disso, é possível mudar com o analógico direito a posição dela e até apertar um botão para ter uma visão superior do lugar, que se mostra muito útil nos puzzles.
A trilha sonora é ótima e apresenta melodias compatíveis com a região em se passa o jogo, repleto de instrumentos com sons diferentes e típicos do lugar. A parte sonora consegue realçar os momentos da trama e agrada por exaltar o clima de As Mil e uma Noites.
Lançado em 2003 para Playstation 2, Game Cube e Xbox, Prince of Persia: The Sands of Time também ganhou uma versão remasterizada em alta definição para os consoles da atual geração. O game é uma boa opção para quem deseja um bom jogo de aventura, porque possui uma ótima jogabilidade, gráficos bonitos e um enredo simples e de qualidade.

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