quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Crítica – Assassin’s Creed: Revelations


Henrique Jacob
A série Assassin’s Creed é uma das maiores franquias da Ubisoft atualmente. Após três jogos de sucesso, dois estrelados pelo protagonista Ezio Auditore e um pelo assassino Altair ibn La-Ahad, a produtora apresenta o desfecho das histórias de ambos os personagens em um único título.
Desenvolvido pela Ubisoft Montreal, a trama de Assassin’s Creed: Revelations se passa em 1511 d.C. e mostra o personagem Ezio mais velho em sua busca para encontrar os segredos escondidos pelo seu lendário antepassado Altair na cidade de Maysaf, antigo lar da ordem dos Assassinos. Após um ataque templário, o protagonista se dirige para Constantinopla, capital do Império Otomano, com o objetivo de encontrar as chaves escondidas pelo explorador Nicolau Polo e impedir que os Templários coloquem as mãos no artefato escondido intitulado Apple of Eden. Já no tempo atual, Desmond Miles que está utilizando a máquina Animus para reviver as lembranças de seus antepassados Ezio e Altair, acaba ficando preso na máquina e conhece o Subject 16, outro usuário que acabou ficando preso definitivamente nesse mundo.
A história produzida por Darby McDevitt é muito bem desenvolvida e consegue mostrar os diferentes acontecimentos na vida dos antepassados de Desmond Miles, continuando a trama dos jogos anteriores com muita ação, mistérios e algumas surpresas. O jogo alterna muito bem entre um personagem e outro, sendo que a maioria do tempo, o jogador irá controlar o personagem Ezio na cidade aberta com o objetivo de localizar cada uma das chaves para encontrar o artefato com poderes místicos. O final também surpreende com algumas revelações sobre a Apple of Eden e sobre o mundo.
Os gráficos foram muito bem desenvolvidos com um bom nível de detalhes na cidade e nos personagens. Além disso, possui excelentes efeitos de luz e sombra, principalmente nos momentos em que Ezio está procurando as chaves nos lugares escondidos da cidade. As cenas de perseguição nesses lugares fechados são as melhores imagens da gameplay e também contam com as mais bonitas cenas não interativas do título. Outro detalhe que mostra a evolução gráfica da série são os ótimos detalhes nas feições dos personagens, principalmente no nível de detalhes nos olhos e na movimentação do rosto que parece mais real e evoluiu muito desde o primeiro título da franquia.
A jogabilidade foi aprimorada com algumas adições interessantes, como a lâmina em forma de gancho de Ezio que permite ao jogador deslizar por cordas e fios nos telhados da cidade para ganhar tempo e avançar no cenário. Essa lâmina também facilita para que o personagem alcance locais mais altos e de difícil acesso. Os comandos praticamente se mantêm os mesmos com poucas novidades, melhorando alguns pontos bem sucedidos da franquia.
O game apresenta diferenças na jogabilidade de cada personagem. Ezio é o mais tradicional de todos e pode explorar toda a cidade realizando missões secundárias, comprando roupas e armas, e restaurando diversos prédios e comércios para gerar lucro. A movimentação do personagem está muito realista nos momentos em que pula e anda misturado no meio do povo, mostrando como a série melhorou nesse quesito.
Entre as novidades do novo título estão à possibilidade de criar suas próprias bombas, escolhendo diversos itens para fabricá-las e podendo até produzir diferentes tipos de efeitos como gás, mais barulho e maior alcance de inimigos. Além de ser divertida, a inovação agrada muito pela liberdade na criação e por contar com uma boa quantidade de mesas para criá-las na cidade.
Outra novidade é o mini-game tower defense que em o jogador deve defender os esconderijos dos assassinos. Nesses momentos, os controles mudam completamente e adotam um estilo semelhante a jogos de estratégia. Ezio fica em cima de um telhado e pode definir em que ponto vai colocar atiradores e em que local da rua vai construir barricadas para atrasar os Templários. A ideia é boa, mas chega a ser cansativo ter que realizar essa missão diversas vezes, principalmente pelo fato das habilidades de Ezio não serem utilizadas nem um pouco e por esse modo possuir diversas limitações na jogabilidade.
Altair só pode ser utilizado após o jogador encontrar uma das chaves e o personagem só pode ser utilizado nessas fases que apresentam as lembranças do assassino. As diferenças na forma que você controla ele só mudam quando o jogador estiver encontrando as últimas chaves e revivendo as lembranças em que o personagem já está com muita idade.
Já Desmond pode ser controlado pelo jogador na área de trabalho do Animus, mas a maior novidade são as fases especiais desbloqueadas conforme o número de dados que o jogador encontrou no mundo aberto. Essas missões diferem totalmente da mecânica tradicional da série. Com uma visão em primeira pessoa, o protagonista deve avançar por um caminho estranho cheio de plataformas e buracos. Para isso, é necessário construir pontes que podem variar entre retas, aclives ou declives. Essa parte exige certo nível de estratégia, pois existem diversos obstáculos como campos de energia que destroem suas criações e outros que conduzem elas para determinada direção. A ideia é boa, mas exige um pouco de paciência do jogador para finalizar todos os desafios, principalmente pelo fato de muitas vezes uma ação sua não ser realizada da maneira pretendida.
A trilha sonora não apresenta muitas novidades, mas consegue agradar por utilizar melodias que realçam os momentos importantes da trama. Os efeitos de áudio também foram muito bem feitos com diversos barulhos e sons, como o da lâmina de Ezio, das pessoas falando na cidade e diversos outros detalhes que contribuem para uma maior imersão.
O modo multiplayer online não traz muitas novidades, apenas algumas melhorias no que já foi visto em Brotherhood. O jogador pode escolher entre diversas armas, comprar novas habilidades e realizar diversas missões em grupo. Uma das novidades é possibilidade de personalizar o seu assassino, mudando sua roupa, acessórios e até alguns golpes do seu personagem. Os modos disponíveis são Wanted, Corruption, Assassinate e Steal the Artefact.
As legendas em português também foram muito bem feitas, sem erros de ortografia e sem atrasos na visualização. A iniciativa da Ubisoft de traduzir o jogo para o nosso idioma foi ótima e mostra a preocupação da produtora e a importância que o mercado brasileiro conquistou nos últimos anos.
O game mantém a formula de sucesso da série e apresenta algumas novidades para dar mais fôlego a franquia. O título conta com uma ótima história e uma boa jogabilidade que agrada tanto os veteranos quanto os novatos. Sem dúvida, Assassin’s Creed: Revelations é uma ótima opção para quem deseja um bom jogo de ação.

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