sábado, 22 de setembro de 2012

Crítica – Tartarugas Ninja


Henrique Jacob
Criadas originalmente nos quadrinhos em 1984 por Kevin Eastman e Peter Laird, as Tartarugas Ninja foram um grande sucesso de público nas décadas de 80 e 90, gerando diversos produtos, como filmes, um seriado e um desenho animado.
Para quem não sabe, o grupo é formado por quatro tartarugas mutantes que vivem no esgoto de Nova York e cada uma delas possuem o nome de um pintor renascentista. O objetivo deles é enfrentar os criminosos liderados pelo Destruidor e para isso, contam com os ensinamentos e o treinamento do rato chamado Mestre Splinter.
Após alguns anos, os personagens retornam em uma nova aventura nas HQs, contando com histórias individuais do Raphael, Donatello, Michelangelo e Leonardo. A primeira edição de as Tartarugas Ninja é totalmente voltada para contar uma história envolvendo o Raphael. O volume possui poucas páginas e várias delas não possuem muito diálogos, o que prejudica o desenvolvimento da trama.
Apesar de ser uma história curta, o roteiro criado por Brian Lynch possui algumas qualidades, como um final que tenta interligar o personagem aos seus irmãos e ao vilão principal da série. O enredo se dedica muito para privilegiar as cenas de ação, que estão muito bem encaixadas no contexto da história, mas essa necessidade de dar ênfase nos combates acabou prejudicando o desenrolar da trama.
Entretanto, a apresentação de Raphael e de suas principais características como seu jeito teimoso e rebelde estão presentes na história. O caráter da tartaruga é um dos pontos em que a trama mantém o foco, garantindo uma maior fidelidade e uma melhor construção do personagem, sendo que essa é a ideia principal dessa nova série que será dividida em 4 edições, sempre dando ênfase em somente um dos integrantes do grupo em cada publicação.
Os desenhos de Franco Urru apresentam um visual simples com poucos detalhes, tentando empregar um visual mais moderno para os personagens. Uma das melhores coisas nos traços de Urru são as cenas de ação e os momentos de perseguição que estão muito bem feitos, repletos de efeitos nas movimentações e nos golpes.
Uma das melhores coisas é o tom das cores utilizadas na publicação. O visual deixa de ser parecido com os filmes e o desenho animado para se dedicar a um público adulto, fugindo daquele tom infantil. Essas escolhas nas cores valorizam os desenhos de Urru, principalmente nos combates e alguns momentos em que efeitos de sombra e luz se tornam fundamentais.
A edição também conta com um bom acabamento, utilizando um papel de qualidade para as páginas, superando algumas publicações de peso que são lançadas aqui no Brasil. A única ressalva fica por conta da qualidade do papel da capa que parece ser mais simples e frágil demais. A primeira edição de Tartarugas Ninja só vale a pena para quem é fã dos personagens ou deseja conhecer um pouco mais desse universo.

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