quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Crítica – Super Choque – Os Novos 52

Henrique Jacob
 
Criado no início da década de 90 pelo roteirista Dwayne McDuffie, o personagem Super Choque ficou muito conhecido após ganhar um desenho animado produzido pela Warner Bros. O herói retorna agora em um volume único com as histórias da nova série em quadrinhos lançada no reboot de Os Novos 52 da editora DC Comics.
A série já foi cancelada nos Estados Unidos e o volume conta com as 8 edições que foram publicadas. Algumas mudanças também foram feitas na história e agora Virgil Hawkins e sua família moram em Nova York e não mais em Dakota como acontecia no desenho. A trama principal é simples e apresenta um grupo de vilões tentando matar o Super Choque, porque ele poderia atrapalhar os negócios do vilão Piranha.
O roteiro criado por Scott Daniel e John Rozum começa bem, mas demora muito para desenrolar e para apresentar ao público as reais intenções dos vilões. Duas tramas paralelas também são apresentadas no meio dessa história e que tem uma ligação direta com a principal, como a clonagem de Sharon, irmã de Virgil, e aparição de um policial disfarçado de Coringa. Em um momento, o leitor vai perceber que os autores correram para encerrar a trama, em uma tentativa infeliz de revitalizar e manter a HQ no mercado.
Essa pressa teve como consequência um desfecho contado sem muitos detalhes e ignorando alguns acontecimentos apresentados anteriormente, principalmente a do policial disfarçado de Coringa que mata os membros da corporação e depois não aparece no momento em que a base do vilão está desmoronando, ou seja, deixaram subentendido que ele morreu, mas até aquele instante sua história estava caminhando para outra direção.
Sem dúvida, o melhor do roteiro é a construção do protagonista, que possui um caráter semelhante ao do Homem-Aranha, um jovem muito inteligente e que utiliza constantemente do bom humor quando está vestindo como o Super Choque. Os diálogos e os momentos em que Virgil entra em cena são muito bem inspirados e proporcionam diversão e ação ao leitor.
Os desenhos de Scott McDaniel e Andy Owens tem seus altos e baixos, mas na maioria do tempo apresenta uma boa qualidade nos traços, valorizando as expressões faciais e as cenas de perseguição. A mudança no uniforme do Super Choque tornou seu visual mais moderno e combina com os poderes do personagem. A parte ruim dos desenhos é o visual do policial disfarçado de Coringa, em que nada se assemelha ao vilão e possui uma aparência estranha e muito infantil, nada condizente com as características do criminoso.
O colorista Guy Major também escolheu muito bem os tons de cores para utilizar na HQ. O visual ficou menos infantil e mais adulto, mesclando tons mais escuros dos cenários com os golpes cheios de efeitos luminosos do herói, tornado as cenas muito bonitas.
A publicação tem seus méritos pelo visual e por resgatar um personagem muito interessante, que tem tudo para ter uma trama mais complexa. Super Choque de Os Novos 52 só vale a pena para quem gosta muito do herói e deseja conhecer mais sobre o seu universo, mas com uma visão bem diferente daquela vista no desenho animado.

Um comentário:

  1. Cara, eu acho que o policial, não foi feito com intuito de estar disfarçado de curinga, sim como um metahumano qualquer.

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