terça-feira, 24 de julho de 2012

Crítica - X-Men Especial - A Era X

Cristiano Almeida

X-Men Especial - A Era X
Em um mundo onde os X-Men nunca existiram e a espécie mutante foi caçada pelos humanos até quase a extinção, os poucos homo superior sobreviventes se uniram para resistir à opressão. Reclusos em uma fortaleza, eles lutam contra os constantes ataques humanos e têm em seu líder, Magneto, uma esperança.

Essa é a premissa de A Era X (Age of X), uma das principais sagas dos X-Men lançada nos EUA ano passado. A série iniciou em X-Men Legacy, teve uma edição especial, uma minissérie própria e se interligou com a revista New Mutants. No Brasil, tal evento pode ser lido na HQ X-Men Especial – A Era X, edição única que narra a história dessa nova realidade mutante, na qual Charles Xavier não existe e ser portador do gene X é considerado crime passível de morte. A única coisa certa é a guerra.

Antes da história propriamente dita começar, a HQ tem um prólogo com desenhos de artistas diversos e roteiro de Mike Carey (que roteiriza o restante também). Esse começo nos apresenta alguns personagens, o mais interessante deles é Basilisco, versão alternativa do Ciclope. Ele é um mutante introspectivo que estava preso em Alcatraz. As lembranças de sua fuga rendem uma das melhores sequências da história em termos de narrativa, embora a arte de Gabriel Hernandez Walta seja simplista, quando comparada ao restante da revista. Logan também é apresentado com relevância na trama, devido ao seu fator de cura. Contudo, sua participação é pequena. Magneto aparece nos traços de Paul Davidson já demonstrando sua liderança.

A partir do capítulo um a arte é alternada entre Clay Mann e Steve Kurth. Ambos mantêm um padrão na qualidade das imagens e não decepcionam. Um ponto interessante em revistas assim, que exploram uma realidade alternativa, são as possibilidades de se criarem novas interpretações para os personagens, e os artistas fazem isso muito bem, pois trazem uma nova visão, mas com respeito ao original. Além de Basilisco, já citado, a versão alternativa de Vampira, chamada Legado, é um dos destaques. Outro ponto positivo no que se refere à arte é a diagramação das páginas, bastante dinâmica e ampliando o efeito narrativo.

Em uma HQ de 180 páginas, a história tem que ter um bom argumento para prender o leitor até o final. Mike Carey consegue isso. Com os remanescentes mutantes lutando pela vida em uma fortaleza, o roteirista desenvolve bem as relações entre eles, seja pela liderança do general Magneto, seja nos conflitos internos. Legado tem papel importante no enredo, porque em determinado momento, começa a questionar as ordens do general, partindo assim para explorar a fortaleza. A partir dessa atitude, ela faz uma descoberta que explica os motivos daqueles acontecimentos. Isso provoca uma grande reviravolta na trama, com verdades vindo à tona, insubordinação e mudanças de lado.

Diante desse cenário, A Era X é uma história bem estruturada que merece a atenção dos fãs de quadrinhos. Para um iniciante, talvez, não seja a melhor opção, já que traz referências que só um leitor mais assíduo poderia reconhecer. No mais, a leitura é agradável, pois vemos os heróis e vilões com novo visual, novas motivações e a eterna luta entre mutantes e humanos nunca pareceu tão intensa.

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