sexta-feira, 29 de junho de 2012

Crítica - Sombras da Noite

Cristiano Almeida

Sombras da NoiteSombras da Noite (Dark Shadows) marca a oitava parceria entre Tim Burton e Johnny Depp, na versão para cinema do seriado de TV Dark Shadows. Ambos, estão em seus territórios mais conhecidos; Burton com seu estilo gótico e Depp encarnando os tipos excêntricos.

A trama do filme começa contando a infância de Barnabas Collins (Johnny Depp) que sai de Liverpool com sua família e estabelece residência em Collinswood, Estados Unidos. Lá, os Collins se tornam uma potência na indústria pesqueira e Barnabas se envolve com Angelique (Eva Green), empregada da família que é uma bruxa, porém a abandona para ficar com Josette (Bella Heathcote). Traída, Angelique amaldiçoa Barnabas a se tornar um vampiro e o aprisiona por dois séculos. Ele, então, acorda em 1972 e encontra os remanescentes dos Collins em pura decadência.

Com essa premissa, Tim Burton exercita sua estética sombria com uma excelente direção de arte na ambientação setentista. A fotografia, figurino e maquiagem também são destaques, assim como a trilha sonora, adequada ao relato da história e com direito a participação especial do roqueiro Alice Cooper.

O problema do filme está no roteiro de Seth Grahame-Smith que apresenta argumentos duvidosos e desenvolve mal os personagens. Alguns, não trazem relevância nenhuma à trama e outros são colocados como soluções mirabolantes aos problemas, como os papéis de Helena Bonham Carter e Chloë Grace Moretz.

Há boatos que o roteiro sofreu revisões durante as filmagens, o que explicaria em parte as tramas paralelas inacabadas. Porém, Burton pecou nesse quesito, e o resultado só não foi pior porque Johnny Depp está se divertindo no papel do vampiro que acorda em um novo mundo, tendo que se adaptar à ele, o que rende as melhores piadas do filme. A cena com os hippies é impagável.

Por fim, Sombras da Noite não entrará para a lista dos melhores filmes de Tim Burton, mas agradará ao público que procura entretenimento e boas risadas.

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