Sombras da Noite (Dark
Shadows) marca a oitava parceria entre Tim Burton e Johnny Depp, na versão
para cinema do seriado de TV Dark Shadows. Ambos, estão em seus territórios
mais conhecidos; Burton com seu estilo gótico e Depp encarnando os tipos excêntricos.
A trama do filme começa
contando a infância de Barnabas Collins (Johnny Depp) que sai de Liverpool com
sua família e estabelece residência em Collinswood, Estados Unidos. Lá, os
Collins se tornam uma potência na indústria pesqueira e Barnabas se envolve com
Angelique (Eva Green), empregada da família que é uma bruxa, porém a
abandona para ficar com Josette (Bella Heathcote). Traída, Angelique amaldiçoa
Barnabas a se tornar um vampiro e o aprisiona por dois séculos. Ele, então,
acorda em 1972 e encontra os remanescentes dos Collins em pura decadência.
Com essa premissa, Tim
Burton exercita sua estética sombria com uma excelente direção de arte na
ambientação setentista. A fotografia, figurino e maquiagem também são
destaques, assim como a trilha sonora, adequada ao relato da história e com
direito a participação especial do roqueiro Alice Cooper.
O problema do filme está no
roteiro de Seth Grahame-Smith que apresenta argumentos
duvidosos e desenvolve mal os personagens. Alguns, não trazem relevância
nenhuma à trama e outros são colocados como soluções mirabolantes aos
problemas, como os papéis de Helena Bonham Carter e Chloë Grace
Moretz.
Há boatos que o roteiro
sofreu revisões durante as filmagens, o que explicaria em parte as tramas
paralelas inacabadas. Porém, Burton pecou nesse quesito, e o resultado só não
foi pior porque Johnny Depp está se divertindo no papel do vampiro que acorda
em um novo mundo, tendo que se adaptar à ele, o que rende as melhores piadas do
filme. A cena com os hippies é impagável.
Por fim, Sombras da Noite não
entrará para a lista dos melhores filmes de Tim Burton, mas agradará ao público
que procura entretenimento e boas risadas.
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