A ideia parecia inusitada. Fazer um crossover entre os
maiores heróis da DC Comics e os brutais lutadores de Mortal Kombat. Com
desenvolvimento da Midway, empresa que na época precisava de um grande sucesso,
o game explora características de ambos os universos, mas também corta
elementos marcantes, principalmente da série Mortal Kombat, que aqui perde os
famosos fatalities.
O enredo é centrado na fusão de dois mundos, Universo DC e
Outworld, e no desaparecimento de vários heróis e lutadores. Desse modo, cada
lado enxerga o outro como invasor, sendo Batman o líder da parte DC e Raiden o
comandante dos guerreiros de Mortal Kombat. Eles e seus companheiros transitam
entre os mundos para tentar descobrir o mistério por trás da fusão e salvar
seus respectivos universos.
Quando falamos do Universo DC, nos vêm à cabeça, entre
outros heróis, a figura do Super-Homem e sua incrível força. Aí pensamos: “não
tem lógica ele enfrentar os guerreiros, pois ele é imensamente mais forte”.
Bem, a Midway pensou nisso e para quem conhece quadrinhos sabe que o Homem de
Aço tem vulnerabilidade à magia, portanto como os poderes dos guerreiros de Mortal
Kombat são baseados nesse fator, ele entra com habilidades equiparáveis aos
habitantes de Outworld.
Você pode optar entre 22 personagens jogáveis e escolher um
dos lados para defender. Os personagens
incluem heróis e vilões, logo temos as presenças tanto de Batman e Liu Kang,
como de Lex Luthor, Coringa e Kano. Cada jogador é protagonista de um capítulo
e no fim e substituído por um novo lutador. Dependendo de sua escolha, a
perspectiva é diferente. Assim, ao terminar o Story Mode na versão de Mortal
Kombat, Shao Kahn estará habilitado, caso decida seguir com os personagens DC,
Darkseid será a opção. Os vilões também se juntam em um novo inimigo, o Dark
Kahn, que será o chefe final do game.
Além do modo arcade, onde você passa por várias lutas até
chegar ao final, o jogo acrescenta algumas particularidades para utilizar os
atributos de heróis, vilões e guerreiros. Na opção Rage Power o personagem fica
mais forte, quando uma barra de energia é completada, e pode quebrar combos ou
anular ataques à distância, ou seja, durante esse tempo, que dura poucos
segundos, o lutador estará imune ao raio laser do Super-Homem, por exemplo. O
Free Fall Kombat está presente em quase todos os cenários que possibilitam
quedas de grandes alturas. Aqui, os personagens lutam enquanto caem e é
importante tentar chegar ao final por cima do inimigo para não se esborrachar
no chão. Por fim, no Test Your Migthy o jogador usa o inimigo para quebrar
várias paredes. Essa modalidade depende da combinação dos botões e não está
presente em todas as arenas, pois apenas algumas têm paredes.
Os cenários do game são bem legais, trazendo versões do
templo de Raiden ou de Lin Kuei e também da Batcaverna e de Metrópolis. A parte
sonora mantém o estilo da franquia Mortal Kombat com músicas adequadas às
batalhas e os tradicionais barulhos de soco e chutes. A caracterização dos
heróis e guerreiros é fiel, embora não haja tanta qualidade gráfica nos
movimentos.
A violência característica da franquia Mortal Kombat foi
amenizada neste título. Então, não espere arrancar a cabeça de algum herói ou
vilão, pois a DC não permitiria isso. Você terá que se contentar com uma
combinação de golpes e uma finalização bem mais discreta de ambos os lados, já
que a desenvolvedora optou por uma classificação etária menor.
Mortal Kombat vs. DC Universe deve agradar os
fãs de jogos de luta por sua ideia de juntar os dois universos e possibilitar a
escolha de qual lado defender. Porém, fica a ressalva que a diminuição da
violência para os padrões dos jogadores da série Mortal Kombat, pode
afastá-los, já que neste jogo os fatalities foram censurados.
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